E se o próximo agente secreto com licença para matar fosse uma mulher? Melhor, se fosse uma mulher portuguesa? Diana Chaves, Joana Santos e Anabela Moreira são as apostas GQ Portugal.
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O nome é Bond, Miss Bond
E se o próximo agente secreto com licença para matar fosse uma mulher? Aproveitámos a relutância de Daniel Craig em regressar ao papel para especular um pouco e criámos um argumento para que Bond seja uma mulher... portuguesa.
E se o próximo agente secreto com licença para matar fosse uma mulher? Aproveitámos a relutância de Daniel Craig em regressar ao papel para especular um pouco e criámos um argumento para que Bond seja uma mulher... portuguesa.
A situação é recorrente: depois de cada novo filme da saga 007, Daniel Craig diz que já não volta a fazer de agente secreto, que para ele chega, que não dá mais, que escusam de lhe aumentar os valores do contrato. Foi assim a seguir a 007: Casino Royale, em 2006, foi igual após Quantum of Solace (2008), aconteceu o mesmo depois de 007: Skyfall (2012) e não foi diferente quando, deixando 007: Spectre (2015) para trás, se começou a falar no 25.º filme de James Bond, a icónica personagem criada pelo escritor Ian Fleming na década de 50. Entretanto, com o realizador inglês Danny Boyle (Trainspotting, 28 Dias Depois, Quem Quer Ser Bilionário) já aos comandos do novo “projeto Bond”, parece que Craig replicou com precisão todas as situações anteriores e acabou por aceitar o desafio, assegurando para o 007 que se segue aquele estilo durão e introvertido, engraçado mas não em demasia, inteligente, ágil e emocionalmente frágil com que caracterizou a mítica personagem que passou, antes de lhe chegar à pele, por tantas mãos e rostos, umas vezes com mais brilho, outras com menos sucesso. A estreia do filme já tem data marcada: 8 de novembro de 2019.
O IMPASSE
Enquanto Daniel Craig não se decidia, as conversas de bastidores iam ganhando volume. Publicações especializadas em cinema especulavam sobre quem seria o James Bond. As revistas cor-de-rosa, apercebendo-se do burburinho, elegiam os seus próprios favoritos e, a certa altura, até as casas de apostas entraram no jogo de adivinhar quem seria o próximo – Tom Hardy, Michael Fassbender, Idris Elba, Cillian Murphy, Tom Hiddleston, eram apenas os nomes mais fortes em cima da mesa, mas também James McAvoy e até Ewan McGregor e Jude Law chegaram a surgir como verdadeiras possibilidades para herdar o smoking, o laço, a Walther PPK e o Aston Martin de Craig.
Também na GQ fizemos as nossas contas e, internamente, as nossas listas de favoritos – excetuando uma situação que explicaremos mais adiante, sem grandes surpresas, diga-se, uma vez que pouco diferiam das listas restantes, com Tom Hardy e Michael Fassbender a surgirem como favoritos, seguidos de perto por Idris Elba e Cillian Murphy. Só as presenças Colin Farrell, Benedict Cumberbatch e Luke Evans, isoladamente espalhados por votações mais criativas, seriam passíveis de causar um certo espanto, mas, mesmo esse, rapidamente dissipável.
O PLOT TWIST
Este tipo de exercício em que se elaboram listas de preferências costumam caracterizar-se pela existência de uma certa unanimidade em torno dos verdadeiros favoritos e, em simultâneo, pela irreverência de um, e só um, elemento que tem uma opinião completamente contracorrente. No caso desta votação, a surpresa, a tal exceção que estava por explicar, veio da parte de Patrícia Domingues, chefe de redação da Vogue Portugal, que, intrigada com as demais listas, perguntou: “Porque é que o novo Bond não pode ser uma mulher?”
A sugestão, que causou generalizada perplexidade, acabou por ficar a marinar depois de assente a poeira. De facto, porque não um Bond no feminino? Só precisa de um bom argumento.
O BOM ARGUMENTO
Ian Fleming que nos perdoe pelo exercício, mas este vale mesmo a pena. Imaginemos uma circunstância verosímil, por exemplo, a possibilidade de James Bond ter deixado descendência depois de um dos seus múltiplos relacionamentos mais carnais do que amorosos no decorrer de uma das suas inúmeras aventuras. Não é uma possibilidade disparatada.
Tornemos a situação ainda mais específica, sempre especulando, claro: suponhamos que, em Nunca Mais Digas Nunca, de 1983, James Bond (Sean Connery) e a agente SPECTRE Fatima Blush (Barbara Carrera), a malvada que queria ser a “number one” das parceiras mais ou menos românticas do agente secreto, tiveram um encontro escaldante. No fim do filme, o agente britânico acaba por matar Blush... But did he? E se Blush tiver sobrevivido? Mais, e se Blush tiver sobrevivido carregando no ventre o fruto da paixão que consumou com Bond naquela tarde de lascívia dentro do barco? E que esse fruto veio ao mundo, e que é menina, uma menina Bond. Agora, imaginemos que o MI6 sempre soube da existência de Miss Bond, mas que a manteve sob sua alçada, em ambiente controlado, digamos, e em segredo – o segredo mais bem guardado do MI6, uma espécie de Santo Graal para o Priorado de Sião.
Há aqui uma história. Vamos supor que Daniel Craig saiu mesmo de cena, que desapareceu, que não há James Bond. Entra em cena Miss Bond: sem outra opção, e fazendo valer, de modo interesseiro e cínico, o emotional bond – pun intended – que advém da ligação familiar, M conta à agente... A agente precisa de um número, pode ser 0012 (double-O twelve soa tão bem), que o seu verdadeiro apelido é Bond, antes de lhe atribuir a missão de encontrar o seu pai, James, o 007. De preferência, com vida.
PORTUGAL, O ÚLTIMO REDUTO
As francesas Eva Green, Léa Seydoux e Bérénice Marlohe, a ucraniana Olga Kurylenko, ou as inglesas Rosamund Pike e Gemma Arterton são algumas das bond girls mais recentes, o que limita bastante o casting para o papel de Miss Bond, já que se tratam de algumas das mais belas e talentosas atrizes europeias da atualidade. Acresce que a personagem de Fatima Blush – concordámos atrás que seria ela a mãe da filha de James Bond – era uma mulher de acentuados traços latinos. Ou seja, é a conjuntura ideal para que uma atriz portuguesa possa estrear-se num filme do agente 007.
O CASTING
E é assim que chegamos a três atrizes portuguesas que podiam perfeitamente ficar com o papel de Miss Bond, no filme cuja sinopse propusemos acima e à qual esperamos que a Eon Productions, a companhia britânica que produz os filmes de James Bond, dê a melhor atenção.
Diana Chaves, rosto bem conhecido da televisão portuguesa, protagonista da telenovela de enorme sucesso Laços de Sangue – a produção conquistou um Emmy e foi transmitida em Itália, por exemplo – e que está, neste momento, a gravar a próxima novela da SIC Vidas Opostas. A atriz também é apresentadora de televisão e brilhou como anfitriã de Achas Que Sabes Dançar?
Anabela Moreira é uma atriz com longo currículo, que se estende por cinema, teatro e televisão. Brilhou em filmes do realizador João Canijo, tais como Fátima, Sangue do Meu Sangue e Mal Nascida, no projeto de teatro de Albano Jerónimo Um Libreto Para Ficarem Em Casa, Seus Anormais e nas séries televisivas Filhos do Rock e Filha da Lei.
Joana Santos teve um dos seus pontos mais altos em televisão a infernizar a vida de Diana Chaves, quando foi a pérfida antagonista de Laços de Sangue. De entre os seus trabalhos, destaca-se também Os Improváveis, um projeto de teatro de improviso, e Menina, uma curta-metragem da autoria do próprio marido, Simão Cayatte. Pedimos a cada uma das atrizes que nos ajudasse a construir a sua personagem. O resultado é o que se segue.
B.I. DAS PERSONAGENS
Diana Chaves é... Diana Bond |
Bebida de eleição: Uma Margarita parece-me bem. Para uma Bond mais saudável, um sumo de papaia natural. Gadget de sonho: Um modelo de carro clássico, que atingisse grandes velocidades. Para uma Bond que conduz desde os 14 anos. Uma arma que nunca larga: O olhar. Indumentária: Para uma Bond que é uma nadadora de competição, o fato de banho é a peça de eleição para vestir. James Bond favorito (o ator, não o filme): Definitivamente, o eterno Sean Connery. O Bond mais icónico e intemporal.
Anabela Moreira é... Bela Bond |
Bebida de eleição: Vermouth. Gadget de sonho: Um Aston Martin anfíbio, à prova de balas, e que voasse. Uma arma que nunca larga:A pistola Walther PPK usada por Sean Connery. Indumentária: Uma gabardine sexy... sem mais nada por baixo. James Bond favorito (o ator, não o filme): Sean Connery.
Joana Santos é... Joana Dark Bond
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Fotografia: Branislav Simoncik Realização: Ana Caracol e Pedro Barbosa
*Artigo publicado originalmente na edição de abril de 2018 da GQ Portugal.
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