quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Artigo

Bond, James Bond... um ícone à beira da reforma?

James Bond, o glamoroso espião britânico 007 criado em 1953 por Ian Fleming com o livro Casino Royalle, é e será sempre um ícone único da nossa geração graças aos filmes de 007. Depois de Dr. No (1962), estreia em 1967 Casino Royale, filme icónico com o título inspirado no Casino Estoril e gravado em Portugal - onde Fleming vivera e escrevera o livro.

Nasce uma das referências maiores da cultura pop global e uma saga que produz 25 filmes até à estreia de No Time to Die em 2021. Ao longo de mais de 60 anos, o franchise de cinema de James Bond desenvolve uma iconografia própria e apelativa com cinco pilares

• A aventura, o espetáculo e a beleza dos cenários. Filmes marcados por sequências de ação emocionantes, locais exóticos e tramas de alto risco, oferecendo ao espectador uma fuga para um mundo glamoroso de espionagem e aventura

• A virilidade da personagem. Estereótipo de um agente do MI6 e ex-comandante dos serviços secretos da Marinha Real, Bond é um indivíduo superiormente distinto. Inteligente, astuto, engenhoso e diabolicamente independente

• O elemento feminino. Protagonistas atraentes, as famosas Bond girls, invariavelmente seduzidas pelo carisma, a elegância, a autoconfiança e a voz única de James Bond.

• Quarto, o glamour. Começa na escolha do ator e passa pelos automóveis, hotéis ou restaurantes, e pelo enorme cuidado colocado no guardaroupa, especialmente no de 007 - fatos Tom Ford, Pal Zileri ou Canali e e, desde 1995, o incontornável Omega Seamaster.

• E quinto, um trademark fundamental - uma sequência de abertura para nos abrir o apetite e que é muitas vezes a melhor do filme, e uma música intemporal feita à medida por uma estrela do momento, muitas das quais venceram o respetivo Óscar.

Mas o que tem James Bond a ver com uma coluna de Economia? E porquê falar nele agora ? Duas boas razões numa ótica de economia da 7.ª Arte ... e do próprio futuro dos filmes de James Bond.

Esta semana um empresário austríaco, Josef Kleindienst, abriu uma guerra pelo controlo do franchise multimilionário de 007. E com que base ? Num detalhe legal muito interessante. Ao abrigo da legislação do Reino Unido e da UE, se uma marca estiver registada para determinados bens e serviços, mas o proprietário não o explorar comercialmente nessas áreas durante um período de, pelo menos, cinco anos, a propriedade da marca pode ser impugnada e transferida para um terceiro.

A ação colocada por Kleindienst abrange um enorme leque de expressões da marca como James Bond Special Agent 007, James Bond 007, James Bond, James Bond: World of Espionage e até a famosa expressão Bond, James Bond. E cobre uma larga gama de categorias como automóveis, jogos de computador, merchandising e múltiplos serviços.

As marcas James Bond estão registadas em todo o mundo pela empresa norte-americana Danjaq em conjunto com a Eon, a produtora de todos os filmes de James Bond. Mas Kleindienst, que afirma ser o maior promotor imobiliário europeu nos Emirados Árabes Unidos, confirmou que tem planos muito concretos para usar o nome de Bond assim que vencer a ação e promete um “anúncio para muito breve”.

Qual a motivação do empresário austríaco? James Bond ainda é um franchise valioso e com potencial e o intervalo entre filmes que se está a viver tem muito a ver com a escolha do novo protagonista. O que nos leva a outra dimensão interessante - quem vai tomar o lugar de Daniel Craig ? Uma questão que agora se torna central, porque já passaram quatro anos desde No Time to Die e quanto mais tempo demorar a escolha mais perto fica Kleindienst do prazo para exercer a sua litigância.

Entretanto, os atuais detentores dos direitos da marca parecem muito calmos “Não estamos à procura de perturbar a forma como esses filmes maravilhosos são feitos e acreditamos que o público será paciente. Não queremos muito tempo entre os filmes, mas não estamos preocupados neste momento”, refere a produtora Jennifer Salke, CEO da Amazon MGM Studios.

Desde que Sean Connery iniciou a saga, há mais de 60 anos, sete atores assumiram o papel principal em 25 filmes. Skyfall foi o mais bem-sucedido com 1,5 mil milhões USD em receitas de bilheteira, mas já No Time to Die, o último, não chegou a metade - o que não é nada auspicioso e coloca grande peso na escolha do próximo 007 e na atratividade do novo filme.

Mas há um desafio muito maior e perigoso para o franchise. Nos 50 filmes com maior receita de bilheteira a nível mundial desde sempre, só há um filme de James Bond... Skyfall. E num mísero 36.º lugar. Se Bond faz as delícias duma geração, não parece atrair as seguintes que preferem Avatar ou qualquer dos filmes da série Avengers. Trazer o franchise para as novas gerações é seguramente o maior desafio e não é evidente que se consiga ultrapassar, de tal forma se tornou rígido o modelo de 60 anos dos filmes 007. Não se pode pôr de parte que o modelo esteja esgotado e que Bond caminha para a reforma - e que seja talvez a sua reinvenção o que está a motivar Kleindienst.

João Rodrigues Pena, DN, 18/02/2025

* Empresário, gestor e consultor


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

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